Nascido em dezembro (06) de
1925 (o meu irmão mais velho, Eurícles, apelidado de Liquinho, nasceu em 04 de
setembro de 1924). Nossos pais eram
muito pobres. Casaram-se contra a vontade do meu avô José Moreira Duarte não
queria o casamento e por isso fugiram: ela com apenas 14 anos. Foi aquela
história:”amor numa casa de taipa, coberta de palhas” Depois de os revoltosos terem fugido para a
Bolívia em 1927; tenho a lembrança que, provavelmente, em 1928, estava no
quintal da casa onde nasci, na rua dos olhos d’água, quando minha mãe fez-me
entrar em casa e fechou as portas, alegando que os revoltosos estavam chegando.
Talvez as notícias ainda recentes da Coluna Prestes, confundidas com a
revolução de 1930 que se aproximava, tenham confundido as pessoas mais pobres e
com pouquíssimas instruções então ali residentes.
A segunda lembrança é da viagem que fiz de
Feira para Santa Bárbara, via São José das Itapororocas, tendo dormido dentro
do caminhão quando este quebrou e, ao raiar do dia o motorista, Ramiro, me pôs
sobre os ombros e começamos a caminhar para o Distrito que não estava muito
longe. Nos pastos o gado se movimentava. Ramiro assobiava e eu lhe pedia para
parar o assobio, temendo que o boi viesse nos pegar.
Fiquei morando em Santa Bárbara com meus
avós. Eram donos de uma Pensão que ficava em uma esquina onde tinha uma feira
de animais. De amigos, lembro-me apenas
de Zezito e Princesa, ambos filhos de Francisco Valadares, este primo do meu
avô ou de minha avó. Não sei. Até o irmão mais velho que formou-se em direito,
foi Deputado, Governador substituto e Prefeito de Feira, Carlos Valadares,
que nos considerava primos. Foi lá em
Santa Bárbara que tirei a primeira fotografia com meus avós e que meu pai,
posteriormente, mandou Nafitalino Vieira, amplia-la separando-me dos meus avós.
Lá o meu tio Florisberto recebeu uma facada quando passava em uma travessa, à
noite, por um indivíduo que o atacou por engano, confundindo-o com um seu
desafeto, conforme ficou esclarecido, vez que o próprio criminoso percebendo o
engano, socorreu-o e entregou-se à polícia. Mas a minha avó Naná, mãe dele, não
quis continuar morando em Santa Bárbara e voltaram para a sua Feira de Santana.
Em 1929 até 1931, morei na rua do ABC,
hoje Av.Sampaio, que era chamada “ponta de rua”. À época o meu pai já
trabalhava, como operário, na Fábrica Leão do Norte. Depois...
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