segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A IGREJA MATRIZ DE FEIRA DE SANTANA EM 1920


Nesta foto, de 1920, logo após a reforma, vê-se do lado direito as casa antigas, também reformadas, onde residiam os padres. Do lado esquerdo a Estação Ferroviária e, junto à palmeira esquerda, um jegue com cangalha e quatro carotes  (pequenos barris de 20 litros cada) para vender água nas ruas (Clique na foto para ver os detalhes).



 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

QUANDO A FEIRA DE SANTANA CULTUAVA SUA MEMÓRIA

Esta foto, tirada aos Sete de Setembro de 1938, mostra as comemorações da data da independência, onde à frente da Escola Normal, da direita para a esquerda, vê-se, tocando tambor Itã Guimarães, uma aluna não identificada, Prof. Sidrônia Junqueira, Dr. Lourival P. Bastos, Dr. Gastão Guimarães, Prefeito Heráclito Carvalho, Dr. Áureo Filho, Dr. Edelvito Campelo, Comandante do Destacamento Policial, e por trás o Prof. Estevão Moura à frente da filarmônica 25 DE MARÇO. Do lado, ao fundo o Ginásio Santanópolis e, à frente das crianças, uma mocinha paramentada de MARIA QUITÉRIA DE JESUS. Naquela época se cultuava a Memória da Feira. A nossa grande Heroina era sempre lembrada. Hoje... é uma vergonha. Existe uma Lei Municipal que obriga a comemoração do 2 de Julho em São José para homenagear Maria Quitéria. A Prefeitura criou uma comissão (eu inclusive) em 2012 para organizar os festejos. Tudo encaminhado... a Prefeitura disse que não tinha mais verba. Mas não faltou verba para pagar a banda "calçola vermelha" ou
equivalente para descaracterizar o São João em São José. 2012 houve uma tremenda seca, nova administração "arrumando a casa"... vamos aguardar 2014. Nós confiamos.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

AS PRINCESAS

     Estas duas princesas são as nossas bisnetas mais velhas, paramentadas, em 2009 para a comemoração das nossas bodas de diamantes, quando carregaram as alianças correspondentes. Mesmo já estando mocinhas,em 2014 voltarão a transportar as alianças das bodas dos 65 anos de casamento dos velhos Bizas.

1ª Igreja senhor dos passos

Uma reliquia da Feira antiga: uma residencia, um cemitério e a igreja Senhor dos Passos no seculo XIX.






sábado, 21 de setembro de 2013

FOTOS ANTIGAS



Esta é a minha bisavó Maria Rufina Boaventura Moreira, nascida em  1865  em Feira de Santana,
depois de separada do marido, conhecido como Capitão Moreira, foi morar no Rio de Janeiro, onde
até 1964. 

domingo, 8 de setembro de 2013

FOTOS ANTIGAS DE FEIRA DE SANTANA


CINE-TEATRO SANTANA
Construído no século XIX  como Teatro e no 1º quartel do
século XX adaptado também para Cinema.
DESTRUÍDO (junto com a memória de Feira de Santana)PARA
TRANSFORMAR-SE EM UM ...  ESTACIONAMENTO. 


                                                           FÁBRICA LEÃO DO NORTE
                                  
                                        Construída  pelo seu proprietário, Paulo Costa Lima na
                                        década de XX do século passado,   foi   vendida   para 
                                        Salvador - BA, dando lugar à Rua Barão de Cotegipe.

SEDE DOS EX-COMBATENTES DOADA À UEFS


ENTREGA OFICIAL DAS CHAVES DO PRÉDIO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-COMBATENTES PELO  SEU PRESIDENTE, ANTONIO MOREIRA FERREIRA AO MAGNÍFICO REITOR DR JOSÉ CARLOS BARRETO SANTANA.

UMA PARADA

DURANTE UNS TRINTA DIAS FICAREI SEM TEMPO PARA CONTINUAR O MEU PROPÓSITO DE ESCREVER ALGUMAS COISAS DA FEIRA ANTIGA, DO COMEÇO DO SÉCULO PASSADO. È QUE EM VIRTUDE DA CONSTRUÇÃO FUTURA DO "MEMORIAL DOS EX-COMBATENTES DO BRASIL" NA ANTIGA SEDE,HOJE PERTENCENTE À UEFS, ESTAREI ESCREVENDO O RESUMO DA HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO E OUTRAS INFORMAÇÕES PARA SEREM EDITADAS E DESTRIBUIDAS A TODOS QUE FOREM VISITAR O MEMORIAL, INCLUSIVE COM EXPLICAÇÕES NECESSÁRIAS AOS VISITANTES. E FERIAS

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

RECORDANDO...

Vamos continuar recordando de algumas coisas daquela época; por exemplo: na Igreja Matriz, atual Catedral, tinha um sino grande que anunciava falecimento de pessoas através de diferentes badaladas para homens, mulheres e crianças; também com badaladas especiais fazia a primeira, segunda e terceira chamadas para a missa. Existia também um relógio na torre que além de mostrar as horas, batia automaticamente todas as horas, a cada 30 minutos, e era ouvido até na praça do comércio. Todos acertavam seus relógios pelo da Matriz. Os “enterros”, (sepultamentos), como se chamava na época, começavam com o velório na residência do falecido e não necessitava de convites, mesmo porque não havia órgãos de comunicação, mas todos tomavam conhecimento não só pelas badaladas do sino como pelos comentários de boca em boca.. Não era muito usada a palavra faleceu ou morreu; dizia-se: SE FINOU. Na hora aprazada o cortejo saía comandado por um padre e um sacristão, este carregando a santa cruz, seguidos pelo “urneiro” (homem que carregava uma urna em sua cabeça e que a depositava no chão para a troca dos que carregavam o caixão), seguidos pelo caixão funerário e o povo que acompanhava o féretro até o cemitério Piedade (construído em 1855) – antes os sepultamentos eram feitos nas igrejas, inclusive dos bandidos como Lucas e outros. É importante lembrar que os caixões funerários tinham cores específicas para os falecidos: se adulto, casado ou solteiro, a cor do caixão era roxo; se moça virgem o caixão era branco e se criança, era azul. Na época contava-se uma piada que relatava o diálogo entre o irmão da falecida e o fabricante do caixão, onde este perguntava qual a cor do caixão, explicando os detalhes. O irmão, depois de pensar um pouco respondeu: faça um caixão branco... mas ponha umas florzinhas rochas por cima. Quando apareceram os doces enlatados, os maridos apelidaram-no de “doce de mulher preguiçosa”. Bom, eram os doces feitos em casa. Toda mulher sabia costurar, cozinhar e fazer doces, embora tivesse empregadas para tudo. Daí dar-se o nome da profissão das senhoras não formadas “De Prendas Domésticas”. Existia Escola de Corte e Costura que ao fim do curso eram conferidos diplomas, com direito a Beca, colação de grau e festa. Quando uma pessoa zombava de outra, dizia-se que fulano está fazendo arrelia de cicrano. Cabelo curto era uso das pessoas da classe alta. As demais classes, independente de idade, usavam cabelos compridos. Uma mulher só usava uma calça, mesmo assim coberta por um vestido comprido, quando montava a cavalo (em selim de banda) para uma viagem. Toda mulher quando se produzia, o principal era um broche no vestido, além dos anéis, voltas de ouro etc.. Sapato de salto alto só era permitido a partir dos 15 anos, oportunidade em que dançava a valsa do debute com o pai. Lembro-me de ver minha avó Naná fazendo renda em uma almofada e muitos bilros. Aprendera com sua mãe, minha bisavó Totonha que era costureira, especializada em camisas para homens e roupas para meninos. E os maiôs? Depois eu conto. Brilhantina e vaselina, e,posteriormente, Glostora, eram usados para manter os cabelos assentados no couro cabeludo. Rapaz que se prezava andava com um espelhinho oval e um pente no bolso.O pessoal da roça usava vaselina para substituir a brilhantina, baba de babosa e pó de juá para lavar os cabelos. Para o banho era usado o sabão Aristolino e sabonete lifeboy; as pessoas mais pobres usavam o sabão de coco, sabão massa e até sabão preto, este feito em casa com sebo, soda cáustica etc..Não existiam cabeleireiros para mulheres. Existiam algumas mulheres que cortavam os cabelos de senhoras em domicílio. Embora existissem muitas barbearias, os homens cortavam suas próprias barbas com navalhas que aprendiam a maneja desde rapazinhos. Eu mesmo me barbeei com navalha até l944, já Marinheiro Nacional. Não existia o que hoje se chama de maquiagem. O que existia era o ruge em pequenas latas e com uma (punça) pequena que coloria um pouco as faces, pó de arroz, batom e sobrancelhas bem discretamente depiladas. A mulher que se maquiava demais era considerada de procedimento suspeito. As senhoras usavam vestido muito abaixo do joelho, e as moças, um pouco mais curto, porem nunca acima do joelho. As tabaroas substituíam o ruge por papel crepom vermelho úmido, e o pó de arroz era substituído pela cal das paredes. Mesmo depois da década de trinta, até 1950, as normalistas usavam saia azul marinho abaixo do joelho, meias compridas e blusas, de tricoline, brancas, sem transparecer o sutiã. Nas roupas comuns as moças usavam anágua sob os vestidos, e as senhoras usavam a combinação que também cobria o califom. Os espartilhos eram raros, porem ainda usados. Também se usava nas meias os atilhos

domingo, 4 de agosto de 2013

MAIS RECORDAÇÕES DOS VELHOS TEMPOS

Vamos continuar recordando de algumas coisas daquela época; por exemplo: na Igreja Matriz, atual Catedral, tinha um sino grande que anunciava falecimento de pessoas através de diferentes badaladas para homens, mulheres e crianças; também com badaladas especiais fazia a primeira, segunda e terceira chamadas para a missa. Existia também um relógio na torre que além de mostrar as horas, batia automaticamente todas as horas, a cada 30 minutos, e era ouvido até na praça do comércio. Todos acertavam seus relógios pelo da Matriz. Os “enterros”, (sepultamentos), como se chamava na época, começavam com o velório na residência do falecido e não necessitava de convites, mesmo porque não havia órgãos de comunicação, mas todos tomavam conhecimento não só pelas badaladas do sino como pelos comentários de boca em boca.. Não era muito usada a palavra faleceu ou morreu; dizia-se: SE FINOU. Na hora aprazada o cortejo saía comandado por um padre e um sacristão, este carregando a santa cruz, seguidos pelo “urneiro” (homem que carregava uma urna em sua cabeça e que a depositava no chão para a troca dos que carregavam o caixão, seguidos pelo caixão funerário e o povo que acompanhava o féretro até o cemitério Piedade (construído em 1855) – antes os sepultamentos eram feitos nas igrejas, inclusive dos bandidos como Lucas e outros. É importante lembrar que os caixões funerários tinham cores específicas para os falecidos: se adulto, casado ou solteiro, a cor do caixão era roxo; se moça virgem o caixão era branco e se criança, era azul. Na época contava-se uma piada que relatava o diálogo entre o irmão da falecida e o fabricante do caixão, onde este perguntava qual a cor do caixão, explicando os detalhes. O irmão, depois de pensar um pouco respondeu: faça um caixão branco... mas ponha umas florzinhas roxas por cima. Quando apareceram os doces enlatados, os maridos apelidaram-no de “doce de mulher preguiçosa”. Bom, eram os doces feitos em casa. Toda mulher sabia costurar, cozinhar e fazer doces, embora tivesse empregadas para tudo. Daí dar-se o nome da profissão das senhoras não formadas “De Prendas Domésticas”. Existia Escola de Corte e Costura que ao fim do curso eram conferidos diplomas, com direito a Beca, colação de grau e festa. Quando uma pessoa zombava de outra, dizia-se que fulano está fazendo arrelia de sicrano. Cabelo curto, entre mulheres, era uso das pessoas da classe alta. As demais classes, independente de idade, usavam cabelos compridos. Uma mulher só usava uma calça, mesmo assim coberta por um vestido comprido, quando montava a cavalo (em selim de banda) para uma viagem. Toda mulher quando se produzia, o principal era um broche no vestido, além dos anéis, voltas de ouro etc.. Sapato de salto alto só era permitido a partir dos 15 anos, oportunidade em que dançava a valsa do debute com o pai. Lembro-me de ver minha avó Naná fazendo renda em uma almofada e muitos bilros. Aprendera com sua mãe, minha bisavó Totonha que era costureira, especializada em camisas para homens e roupas para meninos. E os maiôs? Depois eu conto. Brilhantina e vaselina, e,posteriormente, Glostora, eram usados para manter os cabelos assentados no couro cabeludo. Rapaz que se prezava andava com um espelhinho oval e um pente no bolso.O pessoal da roça usava vaselina para substituir a brilhantina, baba de babosa e pó de juá para lavar os cabelos. Para o banho era usado o sabão Aristolino e sabonete lifeboy; as pessoas mais pobres usavam o sabão de coco, sabão massa e até sabão preto, este feito em casa com sebo, soda cáustica etc..Não existiam cabeleireiros para mulheres. Existiam algumas mulheres que cortavam os cabelos de senhoras em domicílio. Embora existissem muitas barbearias, os homens cortavam suas próprias barbas com navalhas que aprendiam a maneja desde rapazinhos. Eu mesmo me barbeei com navalha até l944, já Marinheiro Nacional. Não existia o que hoje se chama de maquiagem. O que existia era o ruge em pequenas latas e com uma (punça) pequena que coloria um pouco as faces, pó de arroz, batom e sobrancelhas bem discretamente depiladas. A mulher que se maquiava demais era considerada de procedimento suspeito. As senhoras usavam vestido muito abaixo do joelho, e as moças, um pouco mais curto, porem nunca acima do joelho. As tabaroas substituíam o ruge por papel crepom vermelho úmido, e o pó de arroz era substituído pela cal das paredes. Mesmo depois da década de trinta, até 1950, as normalistas usavam saia azul marinho abaixo do joelho, meias compridas e blusas, de tricoline, brancas, sem transparecer o sutiã. Nas roupas comuns as moças usavam anágua sob os vestidos, e as senhoras usavam a combinação que também cobria o califom. Os espartilhos eram raros, porem ainda usados. Também se usava nas meias os atilhos.

sábado, 27 de julho de 2013

MUDANDO DE ASSUNTO

PALAVRAS E PALAVRÕES É melhor mudar o assunto, pois, se continuar, não terei tempo para contar as coisas principais. Agora mesmo me veio à lembrança a palavra xispou, que se dizia quando alguém fora embora de maneira rápida. Já a palavra “mincha” se dizia de uma coisa muito pequena: salário mincho, festa mincha, e quando era coisa boa chamava-se de supimpa; a palavra usada como retado (e não arretado com se diz hoje) anteriormente significava “apetite para relação sexual”; depois passou a ter vários significados parecidos: sujeito retado: bom, valente; estou retado com fulano: aborrecido, chateado... Outra expressão muito usada era chamar o indivíduo (a) de “Amigo Urso” o que significava amigo traidor; aquele que traia a confiança do outro. Fulêro era como se chamava uma pessoa sem valor. Velhaco era o nome que foi substituído por caloteiro. Em Feira tinha o beco dos velhacos, pois era um rodeio para não passar pelo centro comercial. “Suruba” ou “Punheta” era o nome que se dava ao ato de masturbação.”Escroto” ou “Culhões” tinham o mesmo significados, mais também chamava-se de escroto o sujeito sem caráter, sem moral. “Fulêro” era o equivalente a vagabundo , sem valor, vulgar; ”lançando” era o nome que se dava a quem estava vomitando. “Aberteiro” era como se chamava o sujeito que levava as pessoas na conversa, com intuito de levar vantagem, hoje chama-se de “enrolado”. Existiam vários nomes para xingar o individuo, hoje chamado de home sexual; viado, bicha no Rio, Baitola no Ceará, Frango em Recife, Fruta, Fresco, também no Rio, Raul no Piaui ou Pará. Hoje ganhou o pomposo nome inglês de Gay. Outra palavra que tinha o sentido imoral da Vagina era “lanho” porem no interior de Santa Catarina significava fogo para cozinhar. . “Bofe” ou “bucho” era o nome dado a mulher feia; hoje são os pederastas que usam o nome de bofe. “Mufino” era como se chamava o homem covarde, aquele que não brigava de socos. Quando alguém queria se vangloriar, dizia: “eu sou espêto”. “Canalha”, “safado” “Capadócio” era como se chamava um mau elemento.”Carão” e “esbregue” era aquilo que hoje chamamos de repreensão. “Chaveco” era o mesmo que safadeza, molecagem.”Desassuntado” que significava sem respeito.”casa de Noca” era o que hoje chamamos “a casa da sogra” – lugar onde o indivíduo faz o que quer. “Escalafobético ou estranbólico” significava coisa desconhecida, sem explicação. “Rebarbado” era o tipo bruto, com pavio curto. “ Balzaquianas” eram as mulheres entre 35 a 45 anos, hoje chamadas de coroa. “Castelo” era o nome que se dava ao atual Motel, e Motel surgiu com os primeiros hotéis de estrada (Mo de motorista e otel de Hotel). “Lambança” era discórdia, arruaça, e lambanceiro era arruaceiro. “Relaxado” (a) era a pessoa que não se cuidava, que andava desarrumada ou dona de casa desorganizada. “Arraia” não era só peixe, era o que se chama pipa. O Guarda-chuva de hoje era chamado de Guarda-sol. “Galocha” era uma capa de borracha que se vestia o sapato em tempo de chuva.”Urupemba” era o nome da atual Peneira. Paió ou aió, o primeiro corruptela de paiol e o segundo, corruptela do primeiro. Quando se prendia um ladrão ou um arruaceiro, ou ainda um criminoso, a polícia tirava-lhe o cinturão (cinto) e o prisioneiro era obrigado a ficar segurando as calças e não podia correr; ainda não havia as algemas. Já pensaram se fosse hoje, ver um político tipo José Dirceu, juízes como Lalau, banqueiros como Bertiola e milhares (hoje já ultrapassamos a casa dos milhares) de “ ladrões de colarinho branco” segurando as calças...e “mexirico”? era o hoje conhecido como futrica, fuxico, “fofoca“conversa fiada”. ”Esculhambar”, fazer desordem ou xingar alguém; “adigitório”, hoje adjunto, era quando se reunia muitos lavradores para fazer algo que dependia de muitos dias para uma só pessoa; então convidava-se os vizinhos, preparava comida e bebida e fazia-se o trabalho, que era normalmente “fazer adobes” para construção de casa, capinar grande área de roça, etc..

domingo, 7 de julho de 2013

MINHA PRIMEIRA ESCOLA

Na escola tive muitos colegas: os vizinhos Martins Suzarte, José Fontes, Marum Cunha e o inesquecível Zé Boião, Quiquide (que era gago), entre outros, inclusive meninas; (só as escolas particulares até o quinto ano primário, admitiam mistura de estudantes de sexo diferente). A professora Neném, que era leiga mas eficiente no ensino, exigia o máximo de disciplina, sendo esta condição a que mais pesava no boletim escolar enviado semanalmente aos pais. Para ajudá-la na disciplina e no estudo como um todo, ela contava com a decisiva ajuda de uma régua, uma palmatória e uma interminável série de castigos, (cada vez que ela me castigava e mandava um bilhete para o meu pai falando do meu procedimento, ele me premiava com meia dúzia de bolos), culminando com sabatina feita aos sábados sobre aritmética, a qual despertava o amor próprio de cada aluno, em não querer ser humilhado por um colega ao levar um bolo dele, com palmatória, por responder aquilo que ele não soube. Graças a isso, até hoje as máquinas de calcular são desprezadas por mim. Até aos 70 anos de idade na Cidade de Barra do Mendes, flagrei 2 vezes um supermercado somando valor a mais do que foi comprado, simplesmente somando na cabeça todos os itens que ele somava em uma pequena máquina de calcular. Questionado, ele voltava a somar e confirmava a minha soma mental. Mas continuemos com a escola da professora Neném: naquela época havia a ferrovia, que ficava quase ao fundo da Igreja Matriz, que transportava muito gado vindo outros lugares e o descarregava em curral da própria ferrovia através de um corredor móvel feito de madeira, cuja fragilidade deixava escapar alguns garrotes mais bravos, provocando correrias de vaqueiros bem montados para evitar que os garrotes não escapassem do local e fossem pelas ruas da Cidade; as vezes eles rompiam o cerco e acabavam provocando o corre-corre nas ruas e oferecendo uma distração para quem estava abrigado. Eu e meus colegas tínhamos sempre informações sobre os dias e as horas das chegadas dos trens e lá estávamos para torcer por uma fuga de gado e acompanhar o desenrolar daquilo que considerávamos uma festa. Quando algum amigo da família me identificava naquela perigosa festa, logo levava ao conhecimento do meu pai e este me aplicava meia dúzia de bolos com a sua palmatória. O nosso respeito era tão grande ao severo pai, que ele não se dava ao trabalho de apanhar a palmatória. Mandava-nos apanhá-la, e com ela castigava os filhos. Aquilo nunca me causou qualquer trauma. Ao contrário, agradeço àquela maneira de educar os filhos, inclusive fazendo-os trabalhar desde os doze anos, dando-nos exemplos de honradez e virtudes.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A VOZ DO POVO ATRAVEZ DO TEMPO

De acordo com os nossos historiadores, a primeira voz a levantar-se contra um governo, foi Tiradentes e seus inconfidentes. Eram poucos e o governo sufocou; mas não acabou. Em 1817 houve revolução pernambucana (movimento revolucionário de cunho liberal e republicano) o povo teve maior participação e culminou com a anistia do Governo. A proclamação da Independência em 1822 teve a parcipação da Maçonaria,Intelectuais, a imprensa e o apoio geral do povo. 2 de julho de 1883 a Bahia, com o povo pegando em armas,a verdadeira Independência do Brasil. 1889... eu acho que não devemos ser prolixos em assuntos tão conhecidos. Vamos falar das revoluções mais recentes e que tiveram orígem no povo. 1930, o povo se revolta com a eleição duvidosa e explode com a morte de Jão Pessoa. O Povo se levanta e com Getúlio à frente,vence. 1964: O Presidente João Goulart tomou medidas esquerdistas e fomentou a indisciplina entre os subordinados das três forças armadas ao que reagiram os militares de patente mais alta e junto com os governos de Minas Gerais, São Pulo, Rio de Janeiro, e Rio Grande do Sul lançaram o Movimento Revolucionário e já no dia 11 de março o Congresso Nacional elegeu um presidente militar.Posteriormente acontecem crimes guerrilhas, sequestros. Violência gera violência e o povo brasileiro não aceita e vem às ruas; DIRETAS JÁ. "VOX POPULI..." e logo voltamos a democracia. 2013: A corrupção se torna virtude e a honestidade ganha o nome de babaquice. A Saúde se torna um pesadelo para o povo. Desarma-se o cidadão e deixa o bandido armado. Os policiais são cassados e mortos por bandidos. o povo fica enclausurado em casa e os bandidos soltos. O povo sabe que o País perdeu o conceito perante o mundo. Estão todos à beira do precipício. Estamos no fundo do poço. Mas o povo começa a reagir e volta às ruas para exigir um pouco de respeito ao cidadão brasileiro; para pedir que não se proiba o Ministério público de investigar corrupção; para evitar que poucos tomem conta de tudo. É uma cópia do Xavismo. Mas o povo volta às ruas e não arredará pé. Vamos, jóvens, velhos, de todas as classes, gritar NÃO ACEITAMOS PALIATIVOS. QUEREMOS TUDO QUE É NOSSO! "PRA FRENTE bRASIL !!!

terça-feira, 2 de julho de 2013

REPASSANDO MENSAGEM

A NOSSA LIBERDADE (GEN. PAULO CHAGAS*) Liberdade para quê? Liberdade para quem? Liberdade para roubar, matar, corromper, mentir, enganar, traficar e viciar? Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos e corruptores, para mentirosos, traficantes, viciados e hipócritas? Falam de uma “noite” que durou 21 anos, enquanto fecham os olhos para a baderna, a roubalheira e o desmando que, à luz do dia, já dura 26! Fala-se muito em liberdade! Liberdade que se vê de dentro de casa, por detrás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros fumê! Mas, afinal, o que se vê? Vê-se tiroteios, incompetência, corrupção, quadrilhas e quadrilheiros, guerra de gangues e traficantes, Polícia Pacificadora, Exército nos morros, negociação com bandidos, violência e muita hipocrisia. Olhando mais adiante, enxergamos assaltos, estupros, pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e mortos, vemos “bullying”, conivência e mentiras, vemos crianças que matam, crianças drogadas, crianças famintas, crianças armadas, crianças arrastadas, crianças assassinadas. Da janela dos apartamentos e nas telas das televisões vemos arrastões, bloqueios de ruas e estradas, terras invadidas, favelas atacadas, policiais bandidos e assaltos a mão armada. Vivemos em uma terra sem lei, assistimos a massacres, chacinas e sequestros. Uma terra em que a família não é valor, onde menores são explorados e violados por pais, parentes, amigos, patrícios e estrangeiros. Mas, afinal, onde é que nós vivemos? Vivemos no país da impunidade onde o crime compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado, indenizado e transformado em herói! Onde bandidos de todos os colarinhos fazem leis para si, organizam “mensalões” e vendem sentenças! Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é tomada de seus donos, os bancos são assaltados e os caixas explodidos. É aqui, na terra da “liberdade”, que encontramos a “cracolândia” e a “robauto”, “dominadas” e vigiadas pela polícia! Vivemos no país da censura velada, do “micro-ondas”, dos toques de recolher, da lei do silêncio e da convivência pacífica do contraventor e com o homem da lei. País onde bandidos comandam o crime e a vida de dentro das prisões, onde fazendas são invadidas, lavouras destruídas e o gado dizimado, sem contar quando destroem pesquisas cientificas de anos, irrecuperáveis! Mas, afinal, de quem é a liberdade que se vê? Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou da bandidagem organizada e institucionalizada que a controla? Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de chumbo” ou anos de paz? E estes em que vivemos, são anos de liberdade ou de compensação do crime, do desmando e da desordem? Quanta falsidade, quanta mentira quanta canalhice ainda teremos que suportar, sentir e sofrer, até que a indignação nos traga de volta a vergonha, a auto estima e a própria dignidade? Quando será que nós, homens e mulheres de bem, traremos de volta a nossa liberdade? * Paulo Chagas é General da Reserva do Exército do Brasil. 08-06-2013

domingo, 16 de junho de 2013

TRECHOS DE "MINHAS MEMÓRIA"

TRECHO DE “MINHAS MEMÓRIAS”
 
             No limiar do ano de 1930 meu pai deixou a fábrica Leão do Norte e estabeleceu-se com uma pequena fábrica de vinhos em sociedade com Francisco Valadares, nos fundos da pensão que dava a frente para a Praça Froes da Motta, cuja pensão era outra sociedade de Francisco Valadares com o meu avô José Moreira Duarte. Então deixamos de residir no ABC para ir residir na Boa Viagem, atual início do Largo de S. Francisco, então o começo da “estrada”. Aquela rua voltava à direita por onde é hoje a Kalilandia e seguia pela Rua do Fogo, atual Quintino Bocaiúva, e daí a continuação  da “estrada das boiadas”.
        Nos dias de segunda feira eu gostava de ir com meu pai para a pequena fábrica, à qual nos habituamos a chamá-la de “fabrico”, para ficar olhando o movimento de gado, junto com meu irmão mais velho. Também, quando voltávamos da escola, à tarde, ou aos domingos pela manhã, brincávamos sob as sombras das Gameleiras, onde se encontrava a cruz que marcava o local onde Lucas fora enforcado. Naquele cruzeiro, onde muitas pessoas acendiam velas, como ainda hoje fazem nas cruzes que marcam acidentes com vítimas fatais no interior.~
        A Igreja Católica mantinha uma caixa com uma tampa e furação de mealheiro, para arrecadar esmolas.Este local hoje está assentada a Praça dos Nordestinos. E por que o nome? Na última casa da Av. Senhor dos Passos, em frente ao antigo Cine Iris, um paraibano (ou pernambucano?) conhecido por Abel, instalou ali o Hotel Nordestino, o qual abrigava quase todos os nordestinos que na década 40 do século passado emigravam para Feira de Santana, em uma velocidade impressionante.
       Naquela época Feira de Santana foi considerada a Cidade que mais crescia no Brasil. Infelizmente os primeiros emigrantes eram pessoas de pouca cultura, em sua maioria mecânicos práticos, desempregados,  e   alguns chegaram a montar pequenas oficinas mecânicas, borracharia, sempre sob uma lona e outras até em baixo de cajueiros, especialmente após a mudança do local do campo do gado. Também vinham muitas   prostitutas, micro empresários com pequenas casas comerciais, especialmente de peças de automóvel, caminhoneiros, biscateiros, os primeiros camelôs, todos atraídos pelo movimento do tronco rodoviário que se criava em Feira com a construção da BR 116 e suas ramificações.
            Aquela migração alterou profundamente a cultura local. E como  Feira era passagem obrigatória para quem se dirigisse a Salvador e também a ligação do norte com o sul do País , a cultura local foi desviada para o comércio, ensejando assim a falência da memória do seu patrimônio cultural.
"MINHAS MEMÓRIAS

sábado, 8 de junho de 2013

TRECHO DO LIVRO "MINHAS MEMÓRIA

 
    Conheci, pessoalmente, apenas três bisavós: Capitão Moreira, Maria Rufina  e Antônia Freitas da Silva, esta  falecida no ano de 1949, enquanto Vovó Caboclinha (Maria Rufina) faleceu no início do ano de 1960   do século passado (XIX) ambas com mais de 98 anos e que muito me contaram das suas épocas.
        A minha bisavó Antônia (apelidada de (Totonha), ficou viúva aos vinte e dois anos de idade com uma filha para criar o que fez vivendo de costura. Dela ouvi muitas histórias sobre Lucas da Feira (que a sua mãe, minha trisavó, assistiu o enforcamento e lhe contou detalhadamente), enquanto que ainda pequena, lembrava da visita do Imperador a Feira de Santana, da inauguração do Teatro Santana e da Santa Casa de Misericórdia, a construção do mercado (a feira era ao ar livre). Falou-me das famílias Rubéns, Pitombo e Teles, que eram seus parentes, do movimento dos tropeiros na cidade.
         A minha bisavó Maria (apelidada de Caboclinha),  casou-se com o português Capitão Antonio Moreira Bastos (?) a quem conheceu no dia do casamento, teve também um único filho, abandonando o marido e viajando para o Rio de Janeiro,( naquela época uma mulher separada do marido era repudiada por todas famílias da cidade) em uma viagem quase cinematográfica, para quem nunca havia saído da Cidade natal. O filho, meu avô,José Moreira Duarte, deixou aos cuidados de sua mãe, com a aprovação dela. Esta morreu na década de sessenta do século XIX com quase 100 anos. O meu bisavô Capitão Moreira conheci-o muito pouco, vez que faleceu no fim da década de trinta do mesmo século passado.
        É importante mostrar a coragem daquela jovem que partiu para o Rio de Janeiro, sozinha, sem nenhum conhecido naquelas plagas, levando apenas uma pequena mala de madeira com roupas e dinheiro suficiente apenas para pagar uma passagem de trem até Cachoeira, outra de “vapor” até Salvador e a última em um navio de passageiros até o Rio de Janeiro,(que só conhecia o nome porque o seu marido, português, viveu algum tempo no Rio de Janeiro), onde ela chegou nos fins de  1883. Na  verdade,ela estava fugindo do preconceito que existia contra mulheres separadas (a palavra usada era “largada”) do marido. Procurando de casa em casa por um trabalho e sendo boa costureira e bordadeira, conseguiu emprego no mesmo dia, na Rua Frei Caneca,o que a salvou de dormir na rua. Dali, posteriormente, assistiu a abolição da escravatura em maio de 1888 e a proclamação da República em 89. Dela ouvi muitas histórias sobre a vida de Feira do seu tempo. Uma das coisas mais importantes que ela contava, era que sua avó conhecera Feira com três ruas: Da Direita, Do meio, e Da Esquerda. Segundo a sua avó, a metade das casas ainda era coberta de palha de ouricuri. Faleceu em 1963, com quase um século de vida.




terça-feira, 28 de maio de 2013

OLHOS D'AGUA


     A minha bisavó, Antonia Freitas da Silva (1851-1949) me contava que a “ponta de rua”, hoje bairro, mais velha de Feira era os Olhos D’água. Em 1925 eu nasci ali, segundo filho de Chico do Morro, operário da Fábrica Leão do Norte.

     A lembrança que tenho, mais antiga da infância  é, no quintal da casa, a minha mãe, muito assustada, me pegando pelo braço e gritando vamos entrar que os revoltosos estão chegando!!!. Era o ano de 1928 e hoje sabemos que em 27 os revoltosos já seguiam para Bolívia. Sei que era o ano de 28 porque em 29 meu pai mudou-se para o ABC (hoje Avenida Sampaio) vez que ficava bem próximo do seu local de trabalho.

    As lembranças seguintes dos Olhos D’agua estão bem acentuadas no apito do trem que vinha chegando ou saindo, brincar com Pedro. Foi depois dono de “carro de praça, hoje taxi)  quando passou a chamar-se Pedro Capoteiro. Lembro-me do seu tio, “Cachoeira”, o melhor sanfoneiro de Feira de Santana, lembro muito da venda de “seu Cazuza” e da chácara da família Santana, onde sua esposa, D. Zalu nos recebia nos finais de semana. Essa amizade nasceu da falta de leite materno da minha mãe, que se casara com 15 anos, e foi suprida por D. Zalu que então amamentava Licinha. Assim tornaram-se comadres e os filhos “irmãos de leite”. Esta amizade cresceu e o amor os fundiu em uma só família.

   Durante a minha infância, mesmo morando no ABC, os domingos sempre passávamos na Chácara de D.Zalu, onde tinha um pequeno campo de futebol e eu, meu irmão, Tuta, Expedito e tantos outros, improvisávamos dois times (Um de camisa e o outro sem camisa) e jogávamos até a exaustão.

   Ainda na década de 30 limparam uma área grande que ficava em frente à chácara, provavelmente terras pertencentes aos Santana, pois mais abaixo, com a frente para a rua dos Olhos D’agua, morava a tia Lele, e ali o campo tornou-se atrativo dos times, embora decadentes, jogavam e revelou dois grandes goleiros, Cristo e Ioiô, com também Tuta que faleceu em 2010 como um dos dirigentes do atual Fluminense de Feira.

     Outra coisa importante do Bairro,  era  procura, no centro da cidade, por água de beber (existia a água de gasto) das fontes (cisternas) dos Olhos D’água; e a mais procurada era a da fonte de Oto Carteiro, um dos primeiros funcionários dos Correios e Telégrafos. E a pior, mais salobra era da fonte de Cosme Carneiro. Já a água de gasto mais barata vinha do Tanque da Nação.

    È oportuno lembrar que a estrada de rodagem Feira-Salvador, construída em 1928, havia separado os Olhos D’Agua, criando a rua da Rodagem, onde foram construídas várias chácaras e casas, ainda na década de 20

    Já na década  de 40 o Governo começou a Construção das Usinas de Algodão, que teve como Diretor Geral, por muitos anos, o Engenheiro Asclepíades Negrito de Barros que em 1952 era o Venerável da Loja Luz e União, que tinha como membros de destaque João Marinho Falcão, Jónatas Carvalho entre outros.

 

  

 

domingo, 26 de maio de 2013

OS COMPADRES

sábado, 18 de maio de 2013

Foto de Antonio M. Ferreira

                                                    Foto tirada em 1928 de Antonio m.Ferreira

sábado, 27 de abril de 2013

Trecho inicial do livro "MINHAS MEMORIAS"



                Nascido em dezembro (06) de 1925 (o meu irmão mais velho, Eurícles, apelidado de Liquinho, nasceu em 04 de setembro de 1924).  Nossos pais eram muito pobres. Casaram-se contra a vontade do meu avô José Moreira Duarte não queria o casamento e por isso fugiram: ela com apenas 14 anos. Foi aquela história:”amor numa casa de taipa, coberta de palhas”   Depois de os revoltosos terem fugido para a Bolívia em 1927; tenho a lembrança que, provavelmente, em 1928, estava no quintal da casa onde nasci, na rua dos olhos d’água, quando minha mãe fez-me entrar em casa e fechou as portas, alegando que os revoltosos estavam chegando. Talvez as notícias ainda recentes da Coluna Prestes, confundidas com a revolução de 1930 que se aproximava, tenham confundido as pessoas mais pobres e com pouquíssimas instruções então ali residentes.

     A segunda lembrança é da viagem que fiz de Feira para Santa Bárbara, via São José das Itapororocas, tendo dormido dentro do caminhão quando este quebrou e, ao raiar do dia o motorista, Ramiro, me pôs sobre os ombros e começamos a caminhar para o Distrito que não estava muito longe. Nos pastos o gado se movimentava. Ramiro assobiava e eu lhe pedia para parar o assobio, temendo que o boi viesse nos pegar.

      Fiquei morando em Santa Bárbara com meus avós. Eram donos de uma Pensão que ficava em uma esquina onde tinha uma feira de animais.  De amigos, lembro-me apenas de Zezito e Princesa, ambos filhos de Francisco Valadares, este primo do meu avô ou de minha avó. Não sei. Até o irmão mais velho que formou-se em direito, foi Deputado, Governador substituto e Prefeito de Feira, Carlos Valadares, que  nos considerava primos. Foi lá em Santa Bárbara que tirei a primeira fotografia com meus avós e que meu pai, posteriormente, mandou Nafitalino Vieira, amplia-la separando-me dos meus avós. Lá o meu tio Florisberto recebeu uma facada quando passava em uma travessa, à noite, por um indivíduo que o atacou por engano, confundindo-o com um seu desafeto, conforme ficou esclarecido, vez que o próprio criminoso percebendo o engano, socorreu-o e entregou-se à polícia. Mas a minha avó Naná, mãe dele, não quis continuar morando em Santa Bárbara e voltaram para a sua Feira de Santana.

      Em 1929 até 1931, morei na rua do ABC, hoje Av.Sampaio, que era chamada “ponta de rua”. À época o meu pai já trabalhava, como operário, na Fábrica Leão do Norte.  Depois...

 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

NOVO TRECHO - COSTUMES





        Uma  lembrança que tenho hoje,  é dos costumes de quando comecei a entender alguma coisa; o primeiro ensinamento, antes de papai e mamãe, era “tomar a benção” aos mais velhos e beijar-lhes as mãos. Em 1997, no Povoado do Espínola, município de Barra do Mendes,em  um dia de sexta-feira da paixão, vi um rapaz de quase trinta anos (Valdo), ajoelhar-se na frente do padrinho (Salviano), de mãos postas, dizer: Louvado seja nosso senhor Jesus Cristo, benção meu padrinho; e o velho respondeu “Deus seja Louvado e lhe abençoe”. Era assim no século XIX em Feira. Mas em 1926 já fui educado pedindo a benção de todas as pessoas idosas, independentes de serem parentes ou não, apenas estendendo a mão direita.
          Os idosos tinham o costume de pegar na ponta do “pinto” da criança, com dois dedos, e levar ao nariz, dizendo me dá o pó; naquela época se usava muito tomar rapé (fumo de corda  torrado, moído e com perfume) e o nome era pó. O interessante é que o vaso de guardar o pó, se chamava binga. Também o pinto era  chamado, entre muitos nomes, o de binga. Daí a brincadeira dos velhos.
         A escolha dos padrinhos era feita antes de a criança nascer e eram escolhidos entre os melhores amigos, até porque os padrinhos eram tidos com segundos pais. O número de padrinhos era de cinco: 2 de batismo, uma de representação, outra de consagração e outro (a) para Crisma.
        Era quase uma obrigação dos Padrinhos dar um “trocado” para o afilhado quando, casual ou premeditadamente, este o encontrava e corria para pedir a bênção. Quando o padrinho era pobre, os afilhados se limitavam a pedir a benção somente se o encontrasse por acaso.
       Os pais e os padrinhos eram compadres e tinham um grande e mútuo respeito. Até os compadres sem batismo, feitos apenas “pulando” uma fogueira de São João ou São Pedro, tinham quase a mesma consideração.
       Entretanto, quando um rapaz ia “pular” uma fogueira com uma moça, quando muito amigos, nunca se concretizava porque os rapaz sempre dizia: “São João disse, e São Pedro assina – você é minha comadre... da cintura pra cima...” acabava em risos e brincadeiras juninas.