segunda-feira, 22 de novembro de 2010

As Grandes Filarmônicas de Feira

Feira de Santana já teve dezenas de Clubes, sendo que dois, Melindrosas e Filhos do Sol se destacaram desde o início do século até 1940 quando se firmou a Micareta e surgiu a fundação do Tênis Clube em 1946.
Mas as três Filarmônicas feirenses fizeram história. Criadas com o objetivo cultural de desenvolver a arte da música ao nível do Teatro e Escola de Piano, já existentes, surgiram em épocas distintas, mas muito próximas da primeira a ser criada no Estado da Bahia, Sociedade Filarmônica Erato Nazarena, fundada em 1863, cinco anos antes da primeira em Feira de Santana:
A Sociedade Filarmônica 25 de Março foi fundada em 25 de março do ano de 1868 pelos senhores João Manoel Laranjeira Dantas, Eduardo Franco, Afonso Nolasco, Antonio Joaquim da Costa, Alípio Cândido da Costa, José Pinto dos Santos, Joaquim Sampaio, Francisco Costa, Galdino Dantas, Juvêncio Erudilho, José Nicolau dos Passos, Alexandre Ribeiro, Joviniano Cerqueira, Pedro Nolasco Néu e Tibério Constâncio Pereira. Cinco anos depois houve um desentendimento entre os membros da diretoria e criou-se uma dissidência.
Como o Padre Ovídio Alves de São Boaventura se encontrava fundando a Sociedade Filarmônica Vitória, os dissidentes da 25 de Março juntaram-se ao Padre e, em 1873, foi criada mais uma Filarmônica, a Vitória, sob a regência do Sr. Manoel Tranquilino Bastos.
Quarenta e oito anos depois, em 17/12/1921 o Cel. Leolindo Ramos Junior, juntamente com Lídio Barros, Anacleto Mascarenhas, Mestre Porcinio, Álvaro Lima e outros fundam a Sociedade Filarmônica Euterpe Feirense. Mas é o Sr. Hermínio Santos, sócio da firma Marinho, Santos & Cia., quem, com seus próprios recursos, a manteve durante a sua vida, legando-lhe ainda parte dos seus bens imóveis. Foi o grande baluarte, o líder perpétuo.
A Sociedade Filarmônica 25 de Março, 59 anos depois de fundada, por questões internas, dissolveu o corpo musical e fechou suas portas. E assim ficou até 1931 (04 anos) quando o Cel. Américo de Almeida Pedra, voltou a residir em Feira de Santana. Foi então que o velho herói das lutas horacianos na Chapada Diamantina e combatente contra a Coluna Prestes, convocou os velhos companheiros como Antonio Cipriano Pinto, Alfredo de Castro, Euclides de Souza Pinto, Alfredo Pereira, Argemiro Souza e o Maestro João do Espírito Santo, com os quais constituiu uma diretoria, tendo ainda a colaboração dos homens de destaque de então: Arnold Ferreira da Silva, João Marinho Falcão, Raul Ferreira da Silva, Heráclito Dias de Carvalho. Carlos Rubinos Bahia, Adalberto Pereira, Dálvaro Ferreira da Silva e tantos outros que faziam parte da elite feirense. Juntos soergueram a primogênita Filarmônica de Feira.
Vale destacar que essas três filarmônicas tiveram grandes Maestros compositores como os Professores Estevão Moura da 25 de Março, Tertuliano Ferreira Santos da Vitória e Álvaro Lima (Vovô) da Euterpe, que alem de ensinar a Música e a arte dos instrumentos musicais, ainda compunham músicas das mais diversas categorias.
Pena que já não temos homens do quilate dos nossos antepassados, com honrosas exceções, capazes de lutar por aquilo que foi tradição da nossa gente. Certamente vamos ser obrigados a pedir a uma Filarmônica de outra Cidade que venha tocar a marcha fúnebre no sepultamento das nossas centenárias filarmônicas.

Um comentário:

Sérgio Harry disse...

boa tarde, onde conseguir arquivos em mp3 da 25 de março?

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