terça-feira, 26 de outubro de 2010

José Joaquim Lopes de Brito - Ligeira Biografia

Com este nome foi inaugurado no dia 21 de maio de 2008 o primeiro viaduto de Feira de Santana. Sendo uma obra pioneira na Cidade e de proporções elevadas, no perímetro central, não poderia ter outro nome mais notável senão daquele que foi o primeiro Engenheiro Civil do Município. Parabéns, Feira, pela justíssima homenagem.
O casal Pedro Brito Sobrinho e Amélia Ribeiro Lopes de Brito, tiveram três filhos: Margarida Brito de Oliveira, Lourdes Brito Portugal e José Joaquim Lopes de Brito. As filhas formaram-se professoras e casaram-se, respectivamente com Antonio Faustino de Oliveira e Manoel (Maninho) Portugal. O Filho nascido no dia 22 de maio de 1915, fez o antigo curso primário, segundo a Professora Lélia Fernandes, com a Professora Ubaldina Régis. Em Salvador fez o segundo e o terceiro graus, este em Engenharia Civil, o qual conclui no final do ano de 1938.
Estudante na escola da Professora Margarida Brito, lembro-me da visita que fez à sua irmã, já formado, oportunidade em que ela disse – “Agora você deixou de ser o nosso ZECABRITO para ser o Dr. Brito”. Zé cabrito era um apelido usado pelos familiares e amigos íntimos nos tempos da infância, dado o seu espírito irrequieto e sapeca. Durante o ano de 1939 dedicou-se ao magistério em Salvador: Foi professor de matemática nos Colégios Ipiranga, 2 de Julho e Ginásio da Bahia. Também foi em Salvador que recebeu grandes honrarias: Diploma Honra ao Mérito e Medalha de Prata, concedidos pela Federação Nacional dos Engenheiros, diplomas do Grupo de Ação Integrada de Salvador e outras.
Em 2 de janeiro de 1940, já conhecida a sua capacidade profissional, foi nomeado Engenheiro Civil do Município pelo Prefeito Heráclito Dias de Carvalho. Foi o primeiro Engenheiro a ser nomeado pela Prefeitura de Feira de Santana, e o seu grande desafio foi fazer a primeira planta da Cidade. Posteriormente programou o futuro crescimento da Cidade, vez que o Prefeito Carlos Valadares mandou dividir em ruas e lotes o primeiro campo do gado, cujos terrenos foram doados a quem quisesse construir em curto prazo. Novas ruas foram abertas, e o que se vê hoje do bonito traçado de Feira de Santana deve-se ao trabalho profissional do Engenheiro Civil José Joaquim Lopes de Brito, conhecido por todos como Dr. Brito.
É incalculável o número de construções que administrou tecnicamente, não só em obras públicas como particulares. Não podemos dar nomes às suas obras para não incorrer no pérfido crime da omissão. Mas podemos destacar, alem das plantas da Cidade, da abertura da atual Avenida Getúlio Vargas que foi traçada na melhor parte da planície, em direção ao leste, a qual tem hoje muito mais imóveis do que existiam na Cidade à época da sua formatura. A nossa Biblioteca Municipal é outra lembrança que nos legou, entre centenas de outras obras. Até fora do município, em Alagoinhas, planejou e administrou tecnicamente a construção do Estádio Carneirão.
Não podemos esquecer que apesar do seu desgastante trabalho profissional de engenharia, o Dr. Brito nunca deixou de lecionar matemática no Colégio Santanópolis e na Escola Normal de Feira de Santana, que posteriormente foi transformada em Instituto de Educação Gastão Guimarães. Aposentou-se do magistério depois de 40 anos de bons serviços prestados à educação e à sua terra natal.
Ainda como Engenheiro Municipal foi Diretor do Serviço Autônomo Municipal de Águas e em 1967 foi nomeado Secretário de Obras Públicas, deixando, como sempre, a sua indelével marca de competência, trabalho e honestidade. Além dos feitos profissionais, era também um apaixonado por sua terra, a ponto de fazer doações de terrenos de sua propriedade para a construção da Escola Estadual João Durval Carneiro e a sede da OPSA – Obra Promocional de Santana.
A sua vida social foi das mais ativas em Feira de Santana. Boêmio e assíduo freqüentador da “noite” feirense, comparecia a todos os clubes, desde a “25 de Março”, Tênis Clube e Clube de Campo Cajueiro (sendo sócio e fundador dos dois últimos), além das festas que a sociedade feirense sempre organizava. Quando não havia festa, ele próprio fazia uma com seus amigos que formavam um verdadeiro “clube” de boêmios. É oportuno lembrar que esse seu gosto e prática da boemia, jamais interferiram ou misturaram-se à sua vida profissional.
Casado ainda muito jovem com a professora Ivone, tiveram três filhos: Roberto, Lúcia e Lívia. Desquitado, o Dr. Brito voltou a casar-se com a Doutora Lindaura, gerando mais três filhos: Ana Tereza Cynthia e Pedro. Pela terceira e última vez, casou-se com Regina, com a qual teve somente um filho: José Joaquim Lopes de Brito Filho. São, portanto, sete filhos herdeiros de um nome impoluto que engrandece toda descendência.
Em reconhecimento ao seu valor profissional e moral, Feira o homenageou empregando o seu nome ao Conjunto Residencial J.J. Lopes de Brito, ainda quando ele era Engenheiro atuante.
No dia 25 de fevereiro de 2007, já viúvo de Regina, José Joaquim Lopes de Brito, aos quase 92 anos de vida, faleceu e foi sepultado no mesmo berço onde nasceu: a querida Feira de Santana. Deixou um grande número de obras para perpetuar o seu nome, mas, acima de tudo, deixou uma imorredoura saudade no coração de todos aqueles que privaram da sua amizade.

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