domingo, 31 de outubro de 2010

As Tradicionais Famílias Feirenses

É muito difícil falar das famílias tradicionais de Feira de Santana, até porque o Dicionário Personativo, Histórico, Geográfico e Institucional, de autoria do saudoso Prof. Oscar Damião de Almeida, retrata-as de um modo geral, principalmente aquelas que se destacaram na política ou no mundo financeiro. Mesmo assim, sobram alguns detalhes que gosto de relembrar.
Um exemplo é a família Pitombo de quem conheci os três varões principais: Juventino, o primeiro dentista com formação acadêmica de Feira; Carlos, comerciante estabelecido de secos e molhados do outro lado da esquina do Cine Teatro Santana e Joaquim Pitombo, casado com Julieta da Silva Pitombo, pais de Valdir, Dival, Dete, Diva e Arlindo. Conheci também D. Deodora Teles da Silva, mãe de Julieta que me contou muitas histórias de príncipe encantado.
Da família Carneiro, o nome e a obra do Padre Tertuliano Carneiro anuviou o brilho dos parentes. Seu irmão Cosme Carneiro deixou dois filhos: professores Bernardino e Tertuliano. O primeiro morreu cedo, mas o segundo viajou muito, a cavalo, para exercer a sua profissão de professor no longínquo sertão da época e, posteriormente, estabeleceu-se em Salvador com uma firma de bombas e motores, próximo a São Joaquim, tendo falecido há cerca de três anos na Capital do Estado.
Outra família que teve grande destaque em Feira antiga foi a dos Rubem. Conheci o patriarca Teotônio dos Santos Rubem, comerciante estabelecido na antiga Praça Padre Ovídio, no primeiro quarteirão anterior à esquina da Rua de Aurora. Tinha quatro filhas: Maria,Albertina, Miquinha e Neném, além dos filhos José e Álvaro dos Santos Rubem, sendo este o de maior destaque pois era dono de uma joalheria na Rua Cons. Franco, cuja casa foi a primeira a vender óculos em Feira de Santana. José dos Santos Rubem também era estabelecido com uma loja de artigos religiosos, exclusivamente católicos. De pequena estatura e muito magro,tinha o apelido de “Zeca Belas Perninhas” e ficou mais popular depois da sua briga com D. Hermínia, então censora da Escola Normal.
Tudo começou quando D.Hermínia, conhecida como má pagadora, levou um São Cosme para que Zeca o emoldurasse, ficando certo o preço do serviço e o dia da entrega. Na data aprazada, D. Hermínia veio apanhar o quadro mas disse a Zeca que pagaria no dia seguinte, o que não aconteceu. Meses depois volta D. Hermínia com um Santo Antônio para emoldurar, dizendo pertencer à sua enteada Tezinha. Dias depois voltou para receber a encomenda e avisou que Tezinha pagaria depois. Zeca retomou o quadro e disse: “não tem Tezinha nem Tezão! São Cosme foi mas Santo Antonio não vai não!!!”

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